Segurança Psicológica é a base de equipes saudáveis e produtivas
A expressão "segurança psicológica" ainda é incompreendida por grande parte das empresas. Muitas organizações ainda acreditam que se trata de “mimimi” ou de uma postura excessivamente permissiva diante de comportamentos e emoções. Essa percepção está longe da realidade.
Segurança psicológica não é sobre evitar conflitos, ser condescendente ou proteger os profissionais de desafios. Trata-se, essencialmente, de criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para se expressar, propor ideias, admitir erros e levantar preocupações sem medo de represálias, humilhação ou julgamento.
Em outras palavras, segurança psicológica é a base para relações de confiança, inovação contínua e desempenho sustentável dentro das equipes. E sua ausência tem consequências diretas na produtividade, no engajamento e até mesmo no cumprimento de normas regulatórias como a NR-1.
O que é Segurança Psicológica?
Amy Edmondson, professora da Harvard Business School e uma das principais referências no tema, define segurança psicológica como a crença de que o ambiente de trabalho é seguro para o risco interpessoal. Isso significa que os colaboradores sentem que podem falar abertamente, fazer perguntas, admitir falhas e compartilhar ideias sem temer punições ou constrangimentos.
Essa segurança não elimina responsabilidades, metas ou padrões de excelência. Pelo contrário, ela cria um solo fértil para que tudo isso se sustente de forma saudável e duradoura. Quando as pessoas se sentem seguras, elas colaboram mais, aprendem com os erros e se engajam com mais profundidade no que fazem.
O Projeto Aristóteles: O que o Google descobriu sobre equipes de alto desempenho
Entre 2012 e 2015, o Google conduziu uma das maiores pesquisas internas já feitas para entender o que torna uma equipe realmente eficaz. O estudo, conhecido como Projeto Aristóteles, analisou mais de 180 equipes e envolveu centenas de entrevistas e dados comportamentais.
O resultado, que surpreendeu a todos, diz que não foi o QI médio da equipe, nem a combinação de hard skills, nem a liderança técnica que explicava o sucesso das melhores equipes. O fator mais determinante era a segurança psicológica.
As equipes de maior desempenho compartilhavam um ambiente em que todos sentiam que podiam se manifestar sem medo. Nesses grupos, os integrantes se escutavam mutuamente, respeitavam diferentes opiniões e não ridicularizavam quem cometia erros. Isso criava uma dinâmica de confiança que impulsionava a inovação, a resolução de problemas e a tomada de decisão coletiva.
Esse estudo se tornou uma referência global e trouxe à tona o que a ciência organizacional já vinha apontando: a cultura emocional e relacional de uma equipe é tão importante quanto sua competência técnica.
Os Benefícios da segurança psicológica para a produtividade
Engana-se quem pensa que a segurança psicológica é um tema restrito ao campo do bem-estar. Sua influência sobre os resultados organizacionais é clara.
Quando há segurança psicológica:
As pessoas inovam mais: Sem medo de errar ou de serem julgadas, as equipes se sentem à vontade para propor ideias, testar soluções e ajustar o curso quando necessário.
Os erros são tratados como aprendizado: Em vez de esconder falhas, as equipes refletem sobre elas e aprimoram continuamente seus processos.
A comunicação é mais aberta: O feedback flui com mais naturalidade, problemas são identificados mais cedo e os conflitos são resolvidos de forma construtiva.
O engajamento aumenta: Profissionais que se sentem valorizados tendem a se envolver mais com o propósito da organização e a se comprometer com os resultados.
A colaboração se fortalece: As pessoas se ajudam, compartilham conhecimento e tomam decisões em conjunto.
Esses benefícios se traduzem em equipes mais ágeis, adaptáveis e resilientes, algo essencial em tempos de mudanças constantes e demandas crescentes por performance.
Segurança Psicológica e a NR-1
No Brasil, a segurança psicológica também ganha relevância quando analisada para exigências legais. A NR-1 estabelece diretrizes sobre o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
A NR-1 passa a considerar os riscos psicossociais como parte do escopo de gestão da saúde e segurança no trabalho. Isso inclui fatores como assédio moral, sobrecarga emocional, ambientes tóxicos e a ausência de suporte organizacional.
Dessa forma, promover segurança psicológica não é uma boa prática de gestão e também um passo essencial para a conformidade com a legislação trabalhista e de saúde ocupacional.
Ao incluir o aspecto emocional e relacional como parte dos riscos a serem mapeados e mitigados, a NR-1 reconhece que o ambiente de trabalho afeta diretamente a saúde mental e o desempenho dos colaboradores. Empresas que ignoram esse aspecto correm o risco de enfrentar altos índices de adoecimento, rotatividade, passivos trabalhistas e baixa produtividade.
Como criar uma cultura de Segurança Psicológica na sua empresa
Criar uma cultura de segurança psicológica não é algo que acontece da noite para o dia. Requer intenção, consistência e o compromisso genuíno da liderança. A seguir, alguns passos fundamentais para começar:
1. Formar lideranças conscientes
A liderança tem um papel central na construção desse ambiente. Líderes precisam estar preparados para escutar ativamente, valorizar as contribuições da equipe, acolher diferentes perspectivas e lidar com os erros de forma construtiva.
2. Estabelecer acordos de convivência
Criar espaços para discutir como a equipe deseja se relacionar é uma estratégia poderosa. Esses acordos fortalecem o senso de pertencimento e responsabilidade coletiva.
3. Acolher a vulnerabilidade
Demonstrar que todos, inclusive os líderes, podem admitir que não sabem algo ou que erraram, cria um efeito multiplicador. A transparência se torna uma prática natural e o medo de julgamento perde força.
4. Reconhecer comportamentos, não só resultados
A cultura de reconhecimento deve ir além das metas atingidas. Valorizar atitudes colaborativas, coragem para propor ideias e disposição para aprender com os erros reforça os valores da segurança psicológica.
5. Mapear e tratar riscos psicossociais
Integrar práticas de escuta ativa, pesquisa de clima e análises comportamentais permite identificar fatores que impactam o bem-estar emocional e mental da equipe. A partir disso, a empresa pode implementar ações corretivas e preventivas de forma estruturada.
6. Incluir o tema na estratégia da organização
Falar sobre segurança psicológica não deve ser algo restrito aos departamentos de RH. A alta liderança precisa incorporar o tema em sua visão estratégica e comunicá-lo de forma clara para toda a organização.
A Priorize Gestão como sua parceira na construção de uma cultura saudável
Construir segurança psicológica exige conhecimento, sensibilidade e metodologia. Cada empresa possui uma realidade única, com desafios específicos e dinâmicas próprias. Por isso, não existe uma fórmula pronta, o que existe é a possibilidade de desenvolver um caminho alinhado com seus valores, objetivos e necessidades.
A Priorize Gestão atua como parceira estratégica nesse processo, apoiando organizações de todos os portes a fortalecerem culturas mais saudáveis, produtivas e humanas. Nossos programas de treinamento são personalizados e desenvolvidos a partir de um diagnóstico aprofundado do ambiente organizacional.
Com expertise em desenvolvimento humano, cultura organizacional, saúde mental no trabalho e liderança, ajudamos sua empresa a dar passos concretos rumo a uma gestão mais consciente e eficaz.
Prepare sua empresa para promover ambientes onde as pessoas trabalham com confiança, respeito e engajamento genuíno, conte com a Priorize Gestão.
E juntos, vamos criar um ambiente onde o bem-estar e a performance caminham lado a lado.